Antônio Ais e Fabrícia Farias seguem em prisão domiciliar; nascimento pode atrasar retorno ao Brasil, mas não impede tramitação do processo.
Mesmo detidos em prisão domiciliar na Argentina, os fundadores da Braiscompany, Antônio Ais e Fabrícia Farias, viram suas vidas darem mais uma guinada no último domingo (29), com o nascimento da filha do casal em território argentino. Os dois são alvos de processo de extradição para o Brasil, onde foram condenados por crimes financeiros relacionados a um esquema de pirâmide que movimentou cerca de R$ 1,1 bilhão e afetou mais de 20 mil pessoas.
Apesar da chegada da criança, o processo legal de extradição segue em curso. Segundo o advogado Artêmio Picanço, especialista em criptomoedas e mercado financeiro, o nascimento pode ser considerado pelas autoridades argentinas na avaliação do caso, mas não representa impedimento jurídico à extradição.
“O fato de ter a filha não impede a extradição, contudo provavelmente atrasa”, afirmou Picanço.
O pedido do Brasil já foi formalizado e aguarda agora a deliberação final do governo argentino, responsável por autorizar ou não o retorno do casal ao território brasileiro. O nascimento da criança pode influenciar na morosidade do processo, já que envolve questões humanitárias, mas não altera o mérito da solicitação feita pelas autoridades brasileiras.
Antônio e Fabrícia foram presos em 2024 após meses foragidos, e hoje figuram como os principais responsáveis por um dos maiores esquemas de pirâmide financeira do país. À frente da Braiscompany, prometeram lucros com investimentos em criptomoedas, mas deixaram um rastro de prejuízos bilionários, bloqueios judiciais e milhares de vítimas espalhadas pelo Brasil. A expectativa é de que, uma vez extraditados, cumpram as penas já determinadas pela Justiça brasileira.