Boeing 757-200 usado em missões secretas da Força Aérea dos EUA aterrissou sob autorização do Ministério da Defesa; objetivo da visita segue sob sigilo.
Um avião da Força Aérea dos Estados Unidos, sem qualquer identificação externa visível, pousou na noite desta terça-feira (19) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, com conhecimento e autorização das autoridades brasileiras. A aeronave, um Boeing 757-200 de matrícula 00-9001, aterrissou às 21h48 após ter feito uma parada técnica na manhã do mesmo dia em Porto Alegre (RS).
Segundo a GRU Airport, concessionária que administra o terminal paulista, a operação ocorreu normalmente e com autorização expressa do Ministério da Defesa, responsável pela liberação do pouso. A ausência de intercorrências não impediu, no entanto, que o desembarque chamasse atenção por conta do sigilo em torno da missão.
A aeronave pertence ao 150º Esquadrão de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA, unidade baseada em Nova Jérsei e subordinada ao Departamento de Estado norte-americano. Trata-se de um modelo do tipo C-32B, conhecido por sua atuação em missões de alta confidencialidade, como transporte de diplomatas, militares e agentes de inteligência — incluindo a CIA. Uma característica marcante dessa variante é a ausência deliberada de marcas visíveis na fuselagem, exceto por uma discreta bandeira dos EUA, como foi observado durante a passagem por Porto Alegre.
O avião partiu dos Estados Unidos na segunda-feira (18), de uma base militar em Wrightstown, passando por Tampa (Flórida) e San Juan (Porto Rico) antes de ingressar no espaço aéreo brasileiro. A primeira parada foi no Aeroporto Salgado Filho, de onde decolou rumo à capital paulista.
Apesar da confirmação de que o voo estava autorizado pelo governo brasileiro, o Ministério da Defesa, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Receita Federal não esclareceram o motivo da visita. Todos foram procurados pela reportagem, mas não responderam até o momento da publicação.
A chegada de uma aeronave militar norte-americana do tipo C-32B — com histórico de missões especiais — em solo brasileiro, com autorização oficial e sob alto grau de discrição, reforça o caráter sensível da operação.
