Construtora é acusada de fraude e superfaturamento em obras em Patos; caso respinga na pré-candidatura de Motta ao Senado em 2026.
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a empresa Engelplan Construções e Locações, acusada de envolvimento em um esquema de corrupção empresarial, fraude em licitação e superfaturamento em obras públicas no município de Patos, no Sertão da Paraíba. As investigações atingem diretamente a gestão do prefeito Nabor Wanderley Filho (Republicanos), pai do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), pré-candidato ao Senado em 2026.
De acordo com a ação, o contrato sob suspeita foi firmado um dia antes da posse de Nabor Wanderley como prefeito, em janeiro de 2021. O MPF aponta indícios de ilegalidade no processo licitatório e acusa a Engelplan de ter sido favorecida de forma irregular, com cláusulas restritivas e uso de informações privilegiadas.
O esquema, revelado por meio da “Operação Outside”, incluiria ainda o pagamento sistemático de propinas a servidores públicos, uso de codinomes para ocultar os repasses ilegais e a prática de superfaturamento por meio de aditivos contratuais. O prejuízo direto aos cofres públicos já ultrapassa R$ 1,3 milhão, mas esse valor pode ser ainda maior devido à baixa qualidade das obras executadas, segundo o MPF.
Na ação, o Ministério Público requer a indisponibilidade dos bens da empresa, a devolução dos valores obtidos ilicitamente e a proibição de novos contratos da Engelplan com o poder público. A procuradoria afirma que busca responsabilizar civilmente os envolvidos e recuperar os danos causados ao erário.
A ofensiva jurídica tem forte repercussão no cenário político estadual, em especial porque Hugo Motta, herdeiro político de Nabor Wanderley, vem ganhando projeção nacional e já articula sua candidatura ao Senado em 2026. O caso coloca em xeque a imagem do grupo político e pode impactar diretamente o debate eleitoral nos próximos meses.