Custo de um deputado federal ultrapassa R$ 3,2 milhões por ano e deve subir com novas vagas aprovadas pelo Congresso

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Ampliação de 18 cadeiras na Câmara dos Deputados impactará também as assembleias legislativas estaduais, elevando ainda mais os gastos públicos com a classe política.

Cada deputado federal custa, em média, R$ 270 mil por mês aos cofres públicos — o equivalente a mais de R$ 3,2 milhões por ano. Os dados, levantados com base em informações oficiais do Congresso Nacional e detalhados por veículos como o UOL Flash, revelam que a Câmara dos Deputados está entre os legislativos mais caros do mundo. E esse valor tende a crescer: o Congresso Nacional aprovou recentemente a ampliação de 513 para 531 cadeiras na Casa, um aumento de 18 novos mandatos que eleva ainda mais o peso financeiro da representação parlamentar.

A mudança foi motivada por atualizações no número de vagas proporcionais ao crescimento populacional de alguns estados, como Santa Catarina, Pará, Amazonas, e outros. A medida, embora prevista na Constituição, havia sido adiada desde o Censo de 2010. Com a aprovação da nova distribuição, além do aumento no número de deputados federais, haverá reflexo direto nas Assembleias Legislativas estaduais, que também terão suas bancadas ampliadas com base no número de representantes federais de cada estado.

O impacto financeiro será expressivo. Considerando os custos atuais de R$ 270 mil mensais por deputado, os 18 novos mandatos representam um acréscimo de R$ 4,8 milhões por mês aos cofres públicos, ou mais de R$ 57 milhões por ano — apenas em despesas diretas. Isso sem contar os efeitos em cascata nos parlamentos estaduais, onde cada novo deputado também traz custos com salário, gabinete, assessores, cota parlamentar e benefícios.

Entre os itens que compõem esse custo elevado estão:

  • Salário bruto de R$ 46.366,19;

  • Verba de gabinete de R$ 125.478,70;

  • Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), de até R$ 44.952,85;

  • Auxílio-moradia de R$ 4.253 para quem não ocupa imóvel funcional;

  • Plano de saúde ilimitado, com reembolso médico;

  • Aposentadoria especial com regras próprias;

  • Passagens aéreas e ajuda de custo no início e fim do mandato.

Com os novos parlamentares, os custos totais da Câmara dos Deputados devem ultrapassar a marca de R$ 1,07 bilhão por ano. A situação reacende o debate sobre os limites dos gastos com a classe política, especialmente num país que convive com carências estruturais em áreas como saúde, educação e transporte.

Especialistas defendem uma revisão ampla da estrutura do Legislativo brasileiro, com foco em racionalização de despesas, maior eficiência institucional e transparência no uso das verbas públicas. Para muitos, o aumento do número de deputados em um cenário de ajuste fiscal soa como um contrassenso.

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