Indicação de Alana Galdino ao TCE-PB expõe fragilidade da defesa e está longe de ser técnica

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A nomeação de Alana Galdino para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) segue envolta em polêmicas e questionamentos que vão além da mera disputa política. Embora a defesa da indicada afirme que ela preenche todos os requisitos legais para ocupar o posto, a realidade mostra que há lacunas importantes em sua trajetória profissional — especialmente no que diz respeito à exigência de notório saber e experiência comprovada em cargos públicos.

A argumentação de que Alana cumpre os critérios técnicos e legais esbarra em um ponto delicado: não há evidências concretas de que ela tenha exercido funções públicas de forma efetiva e qualificada. Muito pelo contrário, crescem os indícios de que sua passagem pela Secretaria de Planejamento (Seplag) do Estado possa ter ocorrido de forma meramente simbólica, levantando a suspeita de que Alana possa ter atuado como funcionária fantasma.

A suspeita ganha força diante de um dado irrefutável: Alana cursa medicina em período integral em uma faculdade particular de Campina Grande, enquanto, simultaneamente, aparece como comissionada do Governo do Estado com expediente de oito horas diárias. A incompatibilidade entre as exigências do curso e o suposto exercício pleno de um cargo público aponta para uma possível fraude funcional.

Outro aspecto que chama atenção é a celeridade incomum com que as etapas da indicação vêm sendo conduzidas. Da apresentação ao trâmite acelerado, tudo indica uma movimentação ensaiada para atender interesses específicos — especialmente os do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, pai da indicada. Parlamentares ouvidos sob anonimato revelam o que já circula nos bastidores: a indicação de Alana é menos uma escolha técnica e mais um ato de bajulação política ao chefe da Casa, que tem conduzido a ALPB com  total controle sobre a maioria dos seus pares.

Enquanto isso, o princípio da moralidade administrativa, previsto na Constituição, vai sendo ignorado em favor de conveniências pessoais e familiares. A população paraibana, por sua vez, assiste a mais um capítulo de aparelhamento institucional e desrespeito à meritocracia, numa corte que deveria ser símbolo de fiscalização e ética na gestão pública.

A indicação de Alana Galdino, longe de ser um processo transparente e legítimo, expõe o uso político de cargos vitais ao controle dos gastos públicos, mancha a imagem do TCE-PB e enfraquece a confiança da sociedade nas instituições.

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