Nova lei reforça importância da tradição nordestina como parte da identidade e da cultura popular paraibana.
A Literatura de Cordel agora é oficialmente considerada patrimônio cultural imaterial da Paraíba. A lei que reconhece essa manifestação artística como parte fundamental da identidade e da cultura popular paraibana foi publicada nesta terça-feira (2) e é de autoria da deputada estadual Cida Ramos (PT).
Ao justificar o projeto, a parlamentar destacou que a iniciativa representa não apenas uma valorização da herança cultural do estado, mas também um compromisso com a preservação, a educação e a valorização das tradições populares que compõem a essência da identidade da Paraíba. O reconhecimento estadual fortalece o papel da literatura de cordel como instrumento de memória, resistência e expressão do povo nordestino.
Em 2018, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já havia concedido à literatura de cordel o título de patrimônio cultural imaterial do Brasil. Agora, com a aprovação da lei estadual, o cordel ganha respaldo oficial também em nível local, ampliando as possibilidades de incentivo à sua preservação e difusão.
A literatura de cordel tem origens marcadas pela oralidade e se consolidou no início do século XX como um sistema editorial próprio. Os poetas vendiam seus folhetos em feiras e mercados populares, onde montavam bancas para expor seus textos. Cantavam em voz alta trechos das histórias para atrair a atenção do público, interrompendo a narrativa nos momentos mais dramáticos para estimular a venda do folheto. A métrica, a rima e a performance eram elementos essenciais para o encantamento do público e o sucesso comercial do poeta. Esse modelo criativo tornou-se símbolo da cultura popular nordestina, e hoje o cordel continua vivo, sendo transmitido por novas gerações e ocupando espaços nas escolas, redes sociais e eventos culturais.
