Ex-presidente faz ponderações sobre Tarcísio, Zema, Caiado e até Gusttavo Lima, enquanto tenta reverter sua inelegibilidade.
A pouco mais de dois anos para as eleições presidenciais de 2026, os bastidores da política já estão aquecidos com nomes que podem disputar o cargo mais alto do país. A lista inclui governadores, empresários e até figuras públicas do entretenimento, enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) busca reverter sua inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro, que declarou à CNN Brasil ter “paixão pelo Brasil” e desejo de retornar ao cargo, segue como uma figura central na articulação da direita, mesmo impedido de concorrer. Ele tem avaliado possíveis sucessores que representem seu campo político, com destaque para Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. Considerado por Bolsonaro como um “excelente gestor”, Tarcísio ainda reluta em admitir uma candidatura, alegando que o ex-presidente é o candidato do grupo.
Outro nome ventilado é o do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Caiado já confirmou sua intenção de concorrer e planeja começar viagens pelo Brasil em março. No entanto, Bolsonaro minimizou sua viabilidade nacional. “Ele é muito bem avaliado lá [em Goiás], mas não sai de lá… qualquer saída fora dele, não tem aceitação, não tem nome“, afirmou o ex-presidente.
Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, também é frequentemente mencionado nos bastidores, mas já declarou não ter “nenhuma pretensão” de disputar a presidência. Bolsonaro o elogiou como um “bom administrador”, mas ressaltou que sua popularidade ainda é limitada ao estado mineiro.
Um nome mais polêmico na disputa é o do empresário Pablo Marçal (PRTB), que já declarou sua candidatura. A relação entre Marçal e Bolsonaro, antes próxima, azedou durante as eleições municipais de São Paulo em 2024, quando o ex-presidente apoiou Ricardo Nunes (MDB). “Evito conversar sobre esse cara [Marçal], carta fora do baralho. […] Tem um baita dum potencial, mas ele tem que se controlar“, disparou Bolsonaro.
Até o cantor sertanejo Gusttavo Lima surpreendeu ao sugerir que poderia concorrer à presidência, o que não agradou ao ex-presidente nem ao governador Caiado. Bolsonaro afirmou que Gusttavo Lima seria “um excelente nome para o Senado”, mas questionou sua maturidade para disputar a presidência.
Entre os nomes mais alinhados com Bolsonaro, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), parece ser uma das opções preferidas. “Me dou muito bem com ele, pode ser um nome, pode ser um nome para a direita, um bom gestor também“, comentou o ex-presidente.
Além dos nomes já conhecidos, a própria família Bolsonaro tem surgido como possibilidade para a disputa. Eduardo e Flávio Bolsonaro, filhos do ex-presidente, bem como sua esposa, Michelle Bolsonaro, aparecem em algumas pesquisas eleitorais e têm sido considerados pelo eleitorado de direita. Bolsonaro destacou a maturidade dos filhos e sugeriu que Eduardo tem um “vasto conhecimento de mundo”. Sobre Michelle, ele brincou que ela poderia ser uma forte candidata à presidência com ele como ministro-chefe da Casa Civil.
A corrida para 2026 começa a tomar forma, mas ainda está marcada por incertezas, articulações e as expectativas em torno do desfecho da situação jurídica de Jair Bolsonaro, que segue como uma das principais lideranças do campo conservador no Brasil.
