Flávio Moreira afirma que vice-prefeito tem agido com coerência ao manter lealdade a aliados que hoje estão em campos distintos
Em meio ao racha político provocado pela saída de Cícero Lucena do Progressistas, o vice-prefeito de João Pessoa, Leo Bezerra (PSB), tem sido alvo de críticas por tentar equilibrar sua atuação entre o prefeito e o governador João Azevêdo (PSB). Nesta quarta-feira (17), ele recebeu uma defesa pública de peso: Flávio Moreira, presidente da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac) e dirigente estadual do AGIR 36, afirmou que Leo “age com lealdade e coerência”.
A declaração foi dada durante a solenidade de promoção de 189 oficiais da Polícia Militar, realizada pelo governo estadual no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa. Na ocasião, Flávio Moreira foi agraciado com a Comenda Cel. Elísio Sobreira e aproveitou para reforçar o alinhamento político com o vice-prefeito.
“Léo está corretíssimo na lealdade a Cícero e a João. É grato aos dois e nessa lealdade compactuamos. Sempre foi defensor da união e sua posição está dentro do que se espera de quem tem respeito e admiração por ambos. Se agisse diferente, não seria o Léo que conheço há muito tempo”, declarou.
O gesto de defesa vem num momento em que o cenário político para 2026 se redesenha rapidamente. Na última sexta-feira (5), Cícero Lucena oficializou sua desfiliação do PP e lançou sua pré-candidatura ao governo do Estado, em ato na Granja Santana ao lado de João Azevêdo. O movimento não foi bem recebido pela direção estadual do Progressistas, que reagiu com dureza e reafirmou apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro como pré-candidato da sigla.
Nos bastidores, o caminho natural para Cícero parece ser o MDB, partido pelo qual iniciou sua carreira política e com o qual mantém diálogo próximo, sobretudo com o senador Veneziano Vital do Rêgo. A possível formação de uma chapa Cícero–Veneziano, com o prefeito disputando o governo e o senador concorrendo ao Senado, já circula como uma das articulações mais robustas em construção para o próximo pleito.
Ao se manter entre os dois polos — o de João Azevêdo e o de Cícero Lucena —, Leo Bezerra tenta preservar espaços e pontes num momento de realinhamento político. Sua postura, vista com desconfiança por alguns setores da base, ganha agora respaldo público de aliados que valorizam a fidelidade política como virtude estratégica em tempos de transição.