Censo 2022 mostra que a idade mediana dos paraibanos é de 34 anos; municípios como Bom Sucesso e Coxixola têm mais idosos do que jovens.
A população da Paraíba está envelhecendo em ritmo mais acelerado que a média do Nordeste. Dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados pelo IBGE, revelam que a idade mediana no estado é de 34 anos, ou seja, metade dos paraibanos têm menos de 34 anos e a outra metade tem mais. Esse número é o segundo mais alto da região, ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, e indica que o estado está avançando rapidamente para um perfil demográfico mais maduro.
O chamado índice de envelhecimento – que compara o número de pessoas com 65 anos ou mais ao número de crianças de 0 a 14 anos – também confirma essa tendência. Em 2022, a Paraíba atingiu 53 idosos para cada 100 crianças. Para se ter ideia da velocidade dessa mudança, em 2010 esse número era de apenas 33,8. Na prática, significa que o número de idosos cresce mais rápido do que o de jovens, transformando a estrutura etária do estado.
Esse envelhecimento, porém, não está distribuído de forma homogênea. Algumas cidades já vivem uma realidade em que os idosos superam numericamente as crianças. É o caso de Bom Sucesso, no Sertão, onde o índice de envelhecimento é de 113,1 – ou seja, há 113 idosos para cada 100 crianças. Situação semelhante ocorre em Santa Cruz (102,3), Coxixola (101,4), São Francisco (100,2) e Vieirópolis (99,8). Esses municípios têm populações pequenas, com baixo índice de natalidade e forte migração de jovens para outras regiões em busca de oportunidades.
Na outra ponta, os municípios mais jovens da Paraíba estão concentrados no Litoral Norte, especialmente em áreas com presença indígena. Marcação tem o menor índice de envelhecimento do estado: apenas 28,1 idosos para cada 100 crianças. Já em Baía da Traição, o índice é de 28,4. Nessas cidades, a estrutura familiar costuma ser composta por muitas crianças e jovens, e a população indígena representa cerca de 88% dos habitantes, segundo o IBGE.
Esse retrato da Paraíba em 2022 mostra um estado que convive com realidades demográficas opostas: de um lado, municípios em franco envelhecimento, com demanda crescente por políticas voltadas à saúde e previdência; de outro, localidades ainda marcadas por juventude predominante, com desafios na área da educação e geração de empregos. Para os gestores públicos, entender essas diferenças é fundamental para planejar ações eficazes e equilibradas.