Governador anuncia R$ 54 milhões para o São João 2025 e evento esquenta bastidores da sucessão estadual

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Anúncio dos investimentos serviu como vitrine para pré-candidatos que articulam presença na chapa governista de 2026 — mas nem todos falam pela base.

O anúncio dos R$ 54 milhões para os festejos juninos em 91 municípios da Paraíba, feito pelo governador João Azevêdo nesta terça-feira (27), foi mais do que uma ação administrativa: tornou-se um ato político carregado de sinais. Ao reunir prefeitos, deputados e auxiliares, o evento expôs, com clareza, quem articula nos bastidores para compor a chapa majoritária governista em 2026 — e quem, no afã de se autopromover, se comporta como candidato de si mesmo.

Entre os nomes que circulam com mais naturalidade entre os aliados, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e o prefeito de Patos, Nabor Wanderley (Republicanos), marcaram presença de maneira firme, porém discreta. Ambos têm experiência de sobra, trânsito em diversas frentes políticas e, mais importante, mantêm o respeito às etapas e ao coletivo da base aliada. Cícero, ex-governador, ex-senador, ex-ministro e hoje gestor da capital paraibana em seu quarto mandato, tem currículo de sobra. Nabor, com quatro passagens pela prefeitura de Patos e pai do deputado federal Hugo Motta (Republicanos), representa o interior com equilíbrio.

Diferente de outros nomes da base — como por exemplo, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino — que têm insistido em condicionar a permanência do Republicanos no governo à ocupação da cabeça de chapa. Galdino, ao vocalizar um protagonismo que não foi consolidado dentro da aliança, parece mais interessado em tensionar do que em construir. A cada declaração, se distancia do tom conciliador que caracteriza os aliados mais próximos do governador João Azevêdo.

Cícero e Nabor são lembrados nos bastidores não por imposições, mas por sua capacidade de diálogo. Não empurram seus nomes goela abaixo, não pressionam publicamente, nem se lançam em discursos de intimidação. Atuando de forma articulada, respeitam o tempo político e os demais integrantes da base.

A presença dos dois no evento desta terça, ao lado do atual vice-governador Lucas Ribeiro (PSB), evidencia um grupo que trabalha por convergência — enquanto outros optam por acenos à oposição e bravatas públicas que desgastam mais do que fortalecem o bloco governista.

Caso a aliança em torno de João Azevêdo se consolide com nomes como Cícero, Nabor e Lucas Ribeiro, a oposição terá que rebolar para montar uma chapa minimamente competitiva. Afinal, experiência, capital político e apoio popular não faltam — só não se pode confundir isso com vaidade desmedida nem candidatura autodeclarada sem respaldo coletivo.

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